Celebração do Dia da Amazônia. Salve 05 de setembro!
- regiegomes
- 5 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Doação do presente: livro sobre Amazônia Caribenha Colonial e a história do gado

Foto da repórter Raynãa com o professor Reginaldo.
Nota sobre o dia da Amazônia (05 de setembro), como parte da memória que registrou momentos durantes a entrevista na TV Assembleia, com a repórter Raynãa.
Programa gravado hoje (23/08/2024), para ser exibido no dia 04/09/2024 (quarta-feira).
A entrevista abordou a celebração do dia da Amazônia, que é comemorada no dia 05 de setembro.
A data também faz referência ao dia da criação da Provincia Imperial do Amazonas (05 de setembro de 1850), pelo Imperador do Basil, D. Pedro II.
Antes, era a Capitania de São José do Rio Negro pertencente ao Estado do Grão-Pará e Maranhão, que na independência do Brasil, transformou-se em Província Imperial do Grão-Pará.
A data comemorativa foi instituída no ano de 2007, pela lei 11.621/2007.
É uma data que faz parte do processo histórico do Estado do Amazonas.
Porém, na historiografia brasileira há certa confusão quando se fala na história do Estado do Amazonas com a história da Amazônia.
O Amazonas é o Estado da região Norte do Brasil que faz parte com mais oitos estados do território da região da Amazônia Legal ou Amazônia Brasileira (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantis, parte do Maranhão e do Mato Grosso).
A Amazônia, portanto, é compartilhada por nove países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guyana, Suriname, França (Departamento Ultramar).
Juntos, esses países compartilham áreas de florestas, savanas, rios, lagos, igarapés, diversidade de fauna, de sociedades nacionais e de povos indígenas, entre outras particularidades do imenso território da América do Sul.
Celebrar o dia da Amazônia é comemorar essa diversidade territorial, diversidade de pessoas, da fauna e da flora, com seus ganhos e perdas, mas que orgulham os brasileiros e os outros povos dos países que habitam essa importante região patrimonial, no Norte da América do Sul.
Dentro dessa temática amazônica, temos o meu tema de estudos que é a Amazônia Caribenha, que também é compartilhada por cinco países: Brasil, por meio dos Estados de Roraima e Amapá, além de parte do Amazonas e Pará; Venezuela, Guyana, Suriname e França (Departamento Ultramarino).
O estudo da Amazônia Caribenha começou em 1999, durante os estudos do doutorado na Universidade de São Paulo. Ao buscar informações históricas sobre o estado de Roraima, deparou-se com o tema das Guianas e os países colonizados de língua inglesa, holandesa e francesa. A partir daí, o interesse focou o diálogo histórico entre Amazônia e Guianas.
Guiana é um termo do tronco linguístico indígena Arawak, quer dizer “Terra de muitos rios” ou “Terra de muita água”. Termo que faz referência ao território da ilha da Guiana, uma ilha que desapareceu dos estudos históricos e cartográficos no final do século XIX e começo do XX.
Ao dar visibilidade ao tema da ilha colonizada por cinco nações europeias, junto com o meu grupo de pesquisa do Núcleo de Pesquisas Eleitorais e Políticas da Amazônia (Nupepa), da Universidade Federal de Roraima (UFRR), resolvi rebatizar de ilha Amazônia Caribenha.
O termo Caribenho é uma homenagem aos povos do tronco linguístico Karíb, que ainda são muitos em nossa região no século XXI.
Nesse contexto histórico e sociocultural, entre os anos de 2005 até 2019, participei de várias discussões e reuniões sobre aspectos de nossa história amazônica comum com a história amazônica dos países vizinhos, ou seja, participação em reuniões, simpósios, encontros, com professores da Universidade Central de Caracas e Universidade Andrés Bello (em Caracas/Venezuela), Universidade de Guyana (em Georgetown), Universidade do Suriname (em Paramaribo), Universidade de Caiena (em Macapá), Universidade West Indies (em Trinidad), além dos vizinhos brasileiros por meio das universidades federais e estaduais do Amazonas, do Pará, do Amapá, do Acre, de Tocantins, de Rondônia, do Maranhão e Mato Grosso.
É claro que nessa abordagem, contei com a preciosa colaboração do professor da Universidade de Amsterdam (Holanda), Lodewijk Hulsman, desde o ano de 2005 até o ano de 2016, quando ele faleceu.
Todo esse material levantado nesses variados encontros foi sendo publicado em português e inglês, sendo compartilhado com os parceiros estudiosos de nossa região.
Digo que participar da celebração do dia da Amazônia é um prazer por fazer parte da história desse lugar, como nativo, professor e estudioso, como um profissional da educação que compartilhou por 45 anos trocas de saberes em sala de aula, e que continua compartilhando como pesquisador do Núcleo da Universidade Federal de Roraima, como membro titular da Academia Roraimense de Letras (ARL), onde ocupa a cadeira de número 20, que tem como patrono Lobo d’Almada, é uma grande satisfação.
Sou grato por fazer parte das comemorações do Dia da Amazônia, compartilhando os meus saberes.
Sou grato por celebrar a vida na Amazônia e celebrar de modo especial a dádiva de ter nascido nessa terra amazônica caribenha.
Boa Vista-RR, 23/08/2024
Reginaldo Gomes de Oliveira
Abaixo segue o acesso ao vídeo da entrevista do dia da Amazônia:










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